Comunicação, Interatividade e Cooperação
Índice
Comunicação, Interatividade e Cooperação
1 - Transição do modo de comunicação do massivo para o interativo
O modelo de comunicação tradicional mudou devido às possibilidades interativas surgidas pelas novas tecnologias.
A comunicação pode agora ser “efetivada” na sua plenitude, pois, emissor e receptor podem “interagir” na construção das idéias, no desenvolvimento e na troca do conhecimento, na retroalimentação continuada da mensagem.
Estas disposições refletem “uma mudança fundamental no esquema clássico da comunicação”, uma mudança paradigmática na teoria e pragmática comunicacionais:
- “o emissor não emite mais no sentido que se entende habitualmente. Ele não propõe uma mensagem fechada, ao contrário, oferece um leque de possibilidades... O receptor não está mais em situação de recepção clássica. A mensagem só toma todo o seu significado sob a sua intervenção. Ele se torna, de certa maneira, criador. Enfim, a mensagem que agora pode ser recomposta, reorganizada, modificada em permanência sob o impacto das intervenções do receptor dos ditames do sistema, perde seu estatuto de mensagem ‘emitida’. Assim, parece claramente que o esquema clássico da informação, que se baseava numa ligação unilateral emissor-mensagem-receptor, se acha mal colocado em situação de interatividade”.1
- 1. MARCHAND, Marie. Les paradis informationnels: du minitel aux services de communication du futur. Paris: Masson, 1986, p. 9s. Ver também: Marco SILVA. Interatividade: uma mudança fundamental do esquema clássico da comunicação. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, v. 23, nº 3, p. 19-27, set./dez., 2000.
Passamos para a possibilidade de criar e recriar sempre a mensagem, mantendo-a atualizada, aumentando e melhorando sua informação.
Ou seja, podemos interagir, na concepção verdadeira, efetivando uma comunicação ativa entre as partes e não apenas uma transmissão passiva.
Modelo Clássico da Comunicação
Exemplo: COMUNICAÇÂO - MODELOS
2 - Construção Coletiva
Com a interatividade de "hoje", vemos que mudanças radicais estão ocorrendo em todos os setores sociais, profissionais e pessoais, pois, passamos a ter o saber espalhado e de fácil acesso para todos. A construção pode ser agora “coletiva”, com a participação de todos, tanto na busca, como na filtragem, na analise e no aprimoramento do conhecimento adquirido e publicado.
Podemos então, apontar alguns ambientes onde já vemos esta nova “era”, como:
• No universo tecnológico temos: a emergência do dispositivo “conversacional”;
• No ambiente da propaganda e marketing a busca do diálogo entre produtor, produto e cliente;
• Na esfera social o novo espectador é menos passivo diante da mensagem fechada à sua intervenção e procura fugir do modelo de recepção clássica;
• Na educação: professores e alunos têm acesso ao saber em múltiplos locais e podem discutir, ampliar, corrigir e manter continuamente o aprendizado para o aprimoramento de novas competências e formações.
- “A disposição interativa permite ao usuário ser ator e autor, fazendo da comunicação não apenas o trabalho da emissão, mas co-criação da própria mensagem e da comunicação.
- A participação entendida como troca de ações, controle sobre acontecimentos e modificação de conteúdos. O usuário pode ouvir, ver, ler, gravar, voltar, ir adiante, selecionar, tratar e enviar qualquer tipo de mensagem para qualquer lugar.
- Em suma, a interatividade permite ultrapassar a condição de espectador passivo para a condição de sujeito operativo.” 2
- 2 – Marco, SILVA. Sala de aula interativa: A educação presencial e a distância em sintonia com a era digital e com a cidadania. Texto: EAD/SENAC.
Texto:
Construção Coletiva do Saber
3 - Interatividade (termo começou a ser usado 1970)
Assim, interatividade é um conceito de comunicação e não de informática.
Pode ser empregado para significar a comunicação entre interlocutores humanos, entre humanos e máquinas e entre usuário e serviço. No entanto, para que haja interatividade é preciso garantir duas disposições basicamente:
1. A dialógica que associa emissão e recepção como pólos antagônicos e complementares na co-criação da comunicação;
2. A intervenção do usuário ou receptor no conteúdo da mensagem ou do programa, abertos a manipulações e modificações.
Exemplo:
O PARANGOLÉ - PANGOLÉ 2 - Parangolé: anti-obra de Hélio Oiticica
4 - 0 Ciberespaço - Cibercultura
Uma das invenções mais significativas do século XX, apontada por alguns especialistas, é a Internet (WWW), pois, possibilitou dar ao computador outra “função” e condição de interação, além daquela homem-máquina. Ou seja, com a Rede passamos a interagir e comunicarmos mais rapidamente, a disseminarmos mais conhecimentos, a globalizarmos o saber, o trabalho, etc.
Hoje as ferramentas surgidas com a internet, como:
• Blog e afins;
• Redes Sociais – Orkut e afins;
• Wikis;
• Ferramentas de geração e controle de conteúdos: CMS (Joomla!) e afins;
• Ferramentas de gestão de aprendizagem: Moodle e afins;
• Chats, fóruns, etc.;
• Softwares de trocas de arquivos e afins;
• Jogos de rede, entre outras ferramentas.
Transformaram a comunicação, deram “interatividade” as relações humanas, profissionais e sociais e estão formando uma nova cultura – a cibercultura – que reflete direta e profundamente no futuro da Educação, na participação do cidadão, na formação de competências adquiridas (formais e não formais), no desenvolvimento da democracia, na inclusão de maiores números de pessoas nos processos de evolução da sociedade.
Wikipédia:
CIBERCULTURA
Referência de Leitura: CIBERCULTURA - CIBERCULTURA 2
5 - Hipertexto
Ainda, dentre estas mudanças, devemos citar a da forma de “interação” homem X texto, com a firmação do uso do hipertexto pela web.
- “O hipertexto é o novo paradigma tecnológico que liberta o usuário da lógica unívoca da mídia de massa. Ele democratiza a relação do usuário com a informação gerando um ambiente conversacional que não se limita à lógica da distribuição. Em suma, o hipertexto é essencialmente um sistema interativo materializado no chip, permitindo complexidade na informação e na comunicação. “ 3
- 3 – Marco, SILVA. Sala de aula interativa: A educação presencial e a distância em sintonia com a era digital e com a cidadania. Texto: EAD/SENAC.
O hipertexto não nasceu com a internet, mas, a possibilidade da mesma em poder dar “forma” a sua dinâmica, através de links para todos os tipos de conjuntos de informações como: imagens, sons, filmes, textos, etc, mudaram a forma de relação passiva com a leitura, com a busca e a construção do conhecimento.
Principais características do Hipertexto
1. Intertextualidade;
2. Velocidade;
3. Precisão;
4. Dinamismo;
5. Interatividade;
6. Acessibilidade;
7. Estrutura em rede;
8. Transitoriedade;
9. Organização multilinear
Exemplo:
HIPERTEXTO - O LABIRINTO ELETRÔNICO
6 - Wiki
- "Os termos wiki (pronunciado /uíqui/ ou /víqui/) e WikiWiki são utilizados para identificar um tipo específico de coleção de documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo.
- O termo "Wiki wiki" significa "super-rápido" no idioma havaiano. Já em maori Wiki significa "fim-de-semana". É também a forma diminutiva de Wikitoria, versão Maori do popular nome cristão Victoria.
- Chamado "wiki" por consenso, o software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos usando um sistema que não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação."4
Mediawiki
WikiAIX